sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Economia no condomínio não depende só do síndico.

O valor da taxa condominial varia de acordo com fatores que envolvem os moradores: inadimplência, uso de água e luz, contratações e manutenção do imóvel influenciam a tarifa.





Antônio More/ Gazeta do Povo / Moradores do Città di Firenze decidiram profissionalizar a administração para reduzir custos: o novo síndico, Leonardo Oliveira, debate com Radames Bonafini e Joice Ruthes as mudanças na administra-ção do prédio
Moradores do Città di Firenze decidiram
profissionalizar a administração para reduzir
 custos: o novo síndico, Leonardo Oliveira,
debate com Radames Bonafini e Joice Ruthes
 as mudanças na administra-ção do prédio
Entre as várias contas mensais a pagar pela manutenção de uma moradia, a taxa condominial é dos itens que mais pesa no bolso dos moradores de edifícios. Para não levar sustos, já que o valor muda de acordo com as despesas do condomínio, é bom ficar atento às decisões administrativas e conhecer os fatores que compõem a taxa. Ela supre os gastos coletivos, como salários de funcionários e seus encargos sociais, despesas de manutenção do imóvel, energia, água e esgoto, entre outros.

“Para entender como a tarifa é composta, o morador deve acompanhar o funcionamento do condomínio e seu dia a dia”, comenta Marcelo Borba, gerente comercial de condomínios da Auxiliadora Predial.
Até 50%
Era a variação de valores cobrados mensalmente na taxa de condomínio do edifício Citta di Firenze, em Curitiba. Os moradores pagavam entre R$ 200 e R$ 330 e nunca sabiam qual seria a tarifa do próximo mês, por isso, decidiram contratar síndico profissional.
Hora de agir
O que fazer quando o valor do condomínio está alto:
• Controlar a inadimplência com uma cobrança administrativa e jurídica atuante: o atraso de alguns aumenta o custo para os condôminos que pagam em dia;
• Fazer parcerias: os síndicos dos prédios de uma mesma rua podem se reunir e contratar a mesma empresa para manutenção periódica dos elevadores, pois com mais trabalho, é possível barganhar o preço do serviço;
• Controlar a rotatividade da mão de obra: contratações e demissões de funcionários podem gerar ações trabalhistas e as indenizações encarecem o custo;
• Controle no número de funcionários: com a devida verificação das horas extras por eles trabalhadas;
• Profissionalização: a redução de custos pode ser feita por uma boa administradora de condomínios que aplicará regras financeiras saudáveis, visando manter a segurança e equilíbrio do prédio, ou síndico profissional.
Fontes: Vanessa Ponciano, advogada, e Sérgio Craveiro, síndico profissional.
Ele lembra que é nas assembléias que se faz a aprovação do orçamento. “O síndico faz a previsão orçamentária e um possível reajuste pode passar por votação. Por isso é essencial participar”, salienta.
Só reclamar da tarifa alta, portanto, não adianta. É preciso estar presente e ter voz ativa. “Todas as despesas e investimentos que formam a taxa de condomínio, em sua grande maioria, são aprovadas em assembleia”, diz a advogada Vanessa Ponciano, especialista em direito imobiliário.
Prestação de contas
Além de acompanhar assembleias e reuniões, o morador deve observar os gastos descritos no boleto do condomínio assim que receber o documento. “Se há dúvida sobre valores que estão sendo cobrados, o condômino poderá solicitar cópia da pasta de prestação de contas para verificação. Todas as contas podem ser contestadas enquanto não forem aprovadas em assembleia”, comenta a advogada.
As contas e os balancetes têm de estar à disposição dos moradores. “A saúde financeira dos condomínios é essencial. A forma de gestão é comparada à das empresas, pois há funcionários, valores que entram no caixa, investimentos que devem ser feitos e gastos corriqueiros”, comenta o síndico profissional Leonardo Oliveira, da administradora Manager.
Previsão
Segundo Oliveira, o planejamento e a previsão orçamentária têm de ser feitos – mas muitos condomínios não colocam em prática esse mandamento básico, acarretando futuras dores de cabeça para os moradores. “Um exemplo é o 13º salário dos funcionários. É uma que despesa pode ser cobrada ao longo do ano todo, dissolvida em doze meses, e não apenas no mês de pagamento, porque nesse caso o condômino vai ficar sobrecarregado”, explica o profissional.
O ideal, indica Oliveira, é que o síndico preveja os custos e trabalhe com a modalidade de pagamento antecipado. “Em vez de esperar o gasto do mês e só então fazer o rateio, é melhor ter a previsão e fazer a divisão entre as unidades do condomínio para obter o montante para os pagamentos o quanto antes”, explica.
O síndico e administrador que conhece o condomínio pode prever o que será gasto e não vai arrecadar menos do que o necessário. “Se o valor ficar um pouco acima do gasto real, não há problema, porque o restante ficará no caixa do condomínio e poderá ser usado para despesas extraordinárias”, acrescenta Leonardo Oliveira.
Decisão
Profissionalização aprovada por moradores acerta as contas de edifício
O maior problema para os condôminos do edifício Citta Di Firenze era a grande variação do valor cobrado mensalmente no boleto da taxa condominial. A tarifa variava de R$ 200 a R$ 300. “O que nos incomodava é que a cada mês não sabíamos quanto teríamos que pagar, pois havia alteração de até 50% de um boleto para o outro. Não existia regularidade”, comenta uma das moradoras, Joice Ruthes.
O empresário Radames Bonafini, que também mora no Citta, pediu para ver os balancetes do condomínio. “Como a função de síndico acabava sendo escolhida por amizade e nem sempre quem é eleito tem experiência no assunto, vimos que havia problemas naquela gestão, como regularidade na gestão e revisão de contratos com os fornecedores”, aponta Bonafini.
Os moradores sugeriram, então, que a gestão passasse para uma empresa administradora. “Indicamos a profissionalização e a ideia foi aceita por unanimidade em assembleia”, conta o empresário.
Há cerca de quatro meses, quem assumiu a gestão do condomínio foi Leonardo Oliveira, síndico profissional da Manager, empresa administradora de condomínios. Para diminuir custos e evitar as variações mensais, Oliveira está revendo contratos com fornecedores, de forma a garantir que os valores estão de acordo com o que é praticado no mercado. Além disso, Oliveira programa manutenções constantes no prédio. “A revisão mensal do elevador, por exemplo, sai mais barata do que se precisasse trocar uma peça”, aponta.

http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?tl=1&id=1404429&tit=Economia-no-condominio-nao-depende-so-do-sindico

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